Não só os líderes mundiais como finalmente os cientistas políticos começam a revelar a verdadeira dimensão do que se aproxima. Com muito interesse li o artigo do Tiago Moreira de Sá que demonstra aguçada pontaria na análise da abrangência e resultados ansiados com a aplicação do tratado transatlântico (TTIP) pelos poderes do sistema capitalista ocidental.
Mas, por reconhecer a inteligência da conjectura apresentada, que assume o carácter historicamente paradigmático do que poderá ser uma nova ordem mundial baseada nos acordos de livre-comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos, TTIP, mas também do acordo transpacífico – TPP – dos EUA com vários países asiáticos, fico cinicamente admirado com a pueril crença nos benefícios para o nosso país de tais tratados.
Acompanhando a Plataforma Não Ao Tratado Transatlântico, ou as notícias que a conta-gotas vêm surgindo, qualquer pessoa que não professe a sacrossanta e infalível (?) religião do neoliberalismo percebe que um país da dimensão económica, militar e política como o nosso só tem a perder com estes acordos à escala das grandes multinacionais e potenciador do seu poder hegemónico contra as democracias ocidentais. Portugal, hoje, não é uma potência, muito menos atlântica.