Esta semana tem sido profícua em entrevistas, comentários televisivos e artigos de opinião xenófobos.
As acusações do Ministério Público aos agentes da esquadra de Alfragide deram o mote para a abertura das hostilidades, literalmente.
E, de repente, o que estávamos habituados a ver nas caixas de comentários de artigos de jornais online, eis que é encabeçado e assumido por personalidades públicas que, com a mesma impunidade (e com a desculpa esfarrapada do exercício da liberdade de expressão), vêm propagando o ódio ao diferente – étnica ou culturalmente -, ao estrangeiro e ao não heteronormativo.
Se todas estas repugnantes tomadas de posição, Trumpistas e LePenistas, são igualmente graves e criminosas, no conteúdo, há uma que se reveste de especial gravidade pelo contexto político e institucional:
Falo das declarações ciganofóbicas do candidato do PSD e CDS à Câmara Municipal de Loures. Porque, se qualquer figura pública tem acrescidas responsabilidades, pela sua capacidade de influência indireta na formação de opiniões, um político candidato a liderar um cargo público, além de ter deveres de pedagogia cívica, entende-se que terá um papel decisivo na formulação de normas e práticas quando vier a exercer o poder.
Se PSD e CDS não retirarem imediatamente a confiança política e afastarem da corrida eleitoral André Ventura como seu candidato, o próximo passo só pode ser a aliança com o PNR.
Capa do jornal i de 17-7-2017